Demorei algum tempo a ler o livro SINTO MUITO, faltava-me a coragem para virar as folhas. Deixava passar alguns dias e retomava a leitura, e, a pouco e pouco, fui-me deixando envolver pelas experiências relatadas. Há uma frase na capa do livro que me prendeu a atenção: “A vida é o tempo entre parêntesis”. A vida é o percurso mais ou menos limitado entre o nascer e o morrer, è indefinição, expectativa, a qualquer momento podemos ser surpreendidos com os imprevistos. Vivemo-la na rotina do dia-a-dia, com as recordações do passado e as incertezas do amanhã. As histórias de vidas dolorosas contadas neste livro por quem as viveu de perto, tocam a sensibilidade de qualquer um de nós, sobretudo quando os pacientes são crianças ou jovens. Procurar encontrar-se explicações para o sofrimento e assistir-se ao desmoronamento de projectos e ideais que dão continuidade à vida, é muito difícil de aceitar… À medida que ia lendo o livro fui tomando consciência dos sentimentos de revolta criados pelo desânimo e a incapacidade de conviver com as pequenas vitórias conseguidas e as muitas batalhas perdidas. A pouco e pouco vão-se criando defesas. O conformismo, que vai levar os pacientes e os familiares a aprenderem a viver um dia de cada vez, tentando acalmar assim, as incertezas do amanhã, mas que é logo combatido com o redobrar de forças e de ânimo quando os sinais apontam para um recuperação. De novo volta a vontade de sorrir, de fazer planos, de agradecer a Deus o milagre, quando muitas vezes já se tinha perdido a fé, porque vai haver de novo “tempo” para continuar a viver!
“Neste mundo tudo tem a sua hora; cada coisa tem o seu tempo próprio. Há o tempo de nascer e o tempo de morrer; o tempo de chorar e o tempo de rir …” (Livro de Eclesiastes 3:1,2,4).
“Neste mundo tudo tem a sua hora; cada coisa tem o seu tempo próprio. Há o tempo de nascer e o tempo de morrer; o tempo de chorar e o tempo de rir …” (Livro de Eclesiastes 3:1,2,4).
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