sexta-feira, 29 de agosto de 2008

FALTA DE SEGURANÇA

Apesar de sermos um pequeno país, conhecido até pelos seus brandos costumes, cada vez mais estamos a ser confrontados com problemas que, há uns anos atrás, seria difícil imaginar que pudessem tornar-se em notícias diárias nos órgãos de comunicação. Talvez a apresentação continuada de certos filmes americanos, e não só, se tenha tornado ao longo do tempo em fontes de aprendizagem para certas pessoas que , sem qualquer constrangimento, se tornam insensíveis aos meios que usam para alcançar os seus fins. A mente humana pode ficar de tal maneira distorcida que leva a alterações comportamentais para as quais não há uma explicação. E aquele que até era conhecido por ser um “bom tipo”, de um momento para o outro passa a ser procurado pela polícia pela prática de um crime. São situações que nos deixam perplexos, atemorizados e mais cautelosos. Hoje em dia, no café, no banco, na rua, podemos estar sujeitos a situações perigosas, quando nada as fazia prever. Faz-me lembrar aqueles filmes do “far west “ americano, quando o cowboy, por dá cá aquela palha, rapidamente puxa da arma, prime o gatilho e atira à esquerda e à direita, para depois voltar a pôr a arma no coldre, montar no cavalo e desaparecer.
Admira-me a facilidade com que se podem adquirir armas no nosso país. É frequente vermos na televisão, quando a polícia consegue desmantelar redes criminosas ou simplesmente capturar alguém que estava a ser procurado, a quantidade de armas de diferentes calibres que vão encontrar nas suas casas. Para mim, que pouco ou nada sei dos meandros que envolvem todas estas práticas criminosas, torna-se difícil compreender os sentimentos que movem estes homens, tão friamente e duma maneira completamente irracional, a cometer actos de violência que chegam a atingir a selvajaria. Duma coisa eu acho que estou certa: na maioria dos casos, estes actos não são praticados por pessoas levadas a extremos para conseguirem sobreviver. É, sim, uma maneira fácil de arranjar dinheiro sem precisar de trabalhar e uma espécie de jogo com as autoridades, até porque muitas vezes são eles que saem a ganhar. Devíamos ser informados, quando acabam por ser capturados, sobre quem são, donde provêm. Não virão apenas daqueles bairros problemáticos, onde a violência se torna mais evidente, consequência de situações que não foram tomadas em conta quando foram construídos e quem iria habitá-los. Haverá, tenho a certeza, gente de outros extractos sociais e que não “interessa” denunciar. O mal não vem só de um lado, tal como o vento, que sopra de vários quadrantes.

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