Encontrei-me com uma amiga de longa data e, juntas, passeámos à beira-mar. Fizemos algumas compras e, depois, à mesa dum café, falámos da nossa vida, dos nossos familiares e veio à baila o envelhecimento de alguns dos nossos amigos e de todas as implicações que derivam desse processo.
Vim para casa a pensar no assunto e lembrei-me que, algumas vezes, ao longo da minha vida e observando o crescimento dos meus filhos, eu pensava, por exemplo: “Quando o meu filho mais velho tiver 50 anos eu já terei 74 anos. Como é que eu estarei na altura?” E olhava à minha volta, prestando atenção a mulheres com essa idade, imaginando-me como uma delas e pensava para comigo: “ A idade não perdoa…”
Se temos uma profissão e juntando às horas passadas fora de casa as tarefas domésticas, a vida não nos deixa tempo para darmos conta de alguns problemas que começam a surgir e que nos querem avisar que já não somos umas jovenzinhas. Mas, com tantas obrigações a cumprir, só há tempo para pensar no presente. Depois, passar um creme no rosto, mudar a cor do cabelo, procurar ter uma alimentação mais saudável, começar a ir ao ginásio, etc, são tácticas que adoptamos para fazer frente aos anos que vão começando a pesar.
Oiço muitas vezes dizer que quando uma criança nasce começa logo a envelhecer. Passa-se a primeira e segunda infância, depois chega a adolescência, a juventude e a idade adulta. Aqui o processo de envelhecimento processa-se mais rapidamente e nem as plásticas, por mais bem conseguidas que sejam, conseguem travá-lo.
A minha realidade, a nossa realidade, é que vamos envelhecendo quer queiramos quer não, por mais esforços que façamos para parecer mais jovens.
A idade é uma dádiva de Deus. Sabemos que iremos sofrer um conjunto de transformações morfológicas, fisiológicas e até psíquicas que vão surgindo como consequências da acção do tempo sobre todos os seres vivos, mas o que nos diferencia deles é que somos um valor a respeitar, somos senhores de nós próprios, dos nossos actos e temos dignidade própria.
Todos nós podemos tirar partido do tempo livre que temos , da saúde que vamos gozando, de todo um conjunto de possibilidades que nos podem ajudar a sermos úteis ao nosso semelhante na comunidade em que estamos inseridas. Mesmo que no nosso corpo comecem a ser visíveis as marcas dos anos que já temos, que o nosso espírito se mantenha jovem e saibamos acompanhar as realidades do mundo que nos rodeia.
2 comentários:
Muitos parabéns, "Matilde"!
Achei piada ver como tudo isto funciona. Ainda não sei bem como, mas gostava de vir a participar do seu blog. Quando regressar, falaremos. Helena
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