Desde há já alguns anos que eu faço voluntariado junto de pessoas que, na sua maioria, sofrem de doenças cancerígenas e fazem regularmente tratamento no hospital da nossa cidade.
Todas as segundas-feiras ali me desloco para ter uns minutos de conversa com estes doentes durante uma hora e meia a duas horas. Os meus familiares e amigos, conhecendo-me bem e sabendo que sou uma pessoa um pouco introvertida, admiram-se que eu esteja ligada a este tipo de voluntariado e, de início, sentiram-se até receosos que me afectasse emocionalmente.
Depois de vestir a minha bata amarela passo pela capela do hospital e ali me recolho durante breves momentos numa prece a Deus, pedindo que Ele ponha nos meus lábios as palavras que aqueles a quem me vou dirigir precisam de escutar. É uma tarefa que nem sempre é fácil, depende muito do estado de ânimo dessas pessoas e também da minha própria receptividade e do meu estado de espírito. Às vezes, quando do nosso primeiro encontro, sinto-me receosa, sem saber como vou ser recebida. “Será que vou incomodar” ? Digo sempre a mesma frase nessas ocasiões quando me aproximo : “Penso que é a primeira vez que nos encontramos … !” Depois as palavras começam a fluir com naturalidade. Um ponto muito importante, que quero salientar, é que eu estou ali, sobretudo, para escutar, ouvir. E muitas dessas pessoas têm tanto para dizer ! Falam da sua família, da sua experiência de vida, alguns deles, como emigrantes que foram, o que fazem no seu dia-a-dia, o que semeiam nos seus quintais e tantas outras coisas. E eu vou estando atenta, limitando-me a dizer alguma coisa quando se proporciona, e vou ouvindo, ouvindo … e aprendendo que com o sofrimento a vida passa a ter um significado diferente. As vivências do passado ajudam muito a aceitar o presente e a ganhar forças para viver as incertezas do amanhã.
Só quero dizer que, quando, por qualquer motivo, sou obrigada a faltar a estes encontros das segundas-feiras, sinto-me em dívida para com aquelas pessoas, algumas das quais, eu sei, porque me dizem, deram pela minha ausência. Fico muito feliz quando ouço essas palavras porque elas dão sentido ao meu serviço.
Todas as segundas-feiras ali me desloco para ter uns minutos de conversa com estes doentes durante uma hora e meia a duas horas. Os meus familiares e amigos, conhecendo-me bem e sabendo que sou uma pessoa um pouco introvertida, admiram-se que eu esteja ligada a este tipo de voluntariado e, de início, sentiram-se até receosos que me afectasse emocionalmente.
Depois de vestir a minha bata amarela passo pela capela do hospital e ali me recolho durante breves momentos numa prece a Deus, pedindo que Ele ponha nos meus lábios as palavras que aqueles a quem me vou dirigir precisam de escutar. É uma tarefa que nem sempre é fácil, depende muito do estado de ânimo dessas pessoas e também da minha própria receptividade e do meu estado de espírito. Às vezes, quando do nosso primeiro encontro, sinto-me receosa, sem saber como vou ser recebida. “Será que vou incomodar” ? Digo sempre a mesma frase nessas ocasiões quando me aproximo : “Penso que é a primeira vez que nos encontramos … !” Depois as palavras começam a fluir com naturalidade. Um ponto muito importante, que quero salientar, é que eu estou ali, sobretudo, para escutar, ouvir. E muitas dessas pessoas têm tanto para dizer ! Falam da sua família, da sua experiência de vida, alguns deles, como emigrantes que foram, o que fazem no seu dia-a-dia, o que semeiam nos seus quintais e tantas outras coisas. E eu vou estando atenta, limitando-me a dizer alguma coisa quando se proporciona, e vou ouvindo, ouvindo … e aprendendo que com o sofrimento a vida passa a ter um significado diferente. As vivências do passado ajudam muito a aceitar o presente e a ganhar forças para viver as incertezas do amanhã.
Só quero dizer que, quando, por qualquer motivo, sou obrigada a faltar a estes encontros das segundas-feiras, sinto-me em dívida para com aquelas pessoas, algumas das quais, eu sei, porque me dizem, deram pela minha ausência. Fico muito feliz quando ouço essas palavras porque elas dão sentido ao meu serviço.
7 comentários:
Vi a publicidade na minha naviarra e vim até cá...
Tá-se bem!
Bem-hajas!
beijinho
Cris
Bem-vinda à blogosfera.
Vanessa
Em primeiro quero dar-te os parabéns por este blog.
Em segundo eu também sou voluntário(nos bombeiros), gosto de ajudar as pessoas.
Continua.
Também dedico algum do meu tempo ao voluntariado e é pena que não hajam mais pessoas a apoiar os que sofrem.Deixe que lhe dê os parabéns pela sua atitude e disponibilidade para ajudar os que sofrem e dar-lhes uma palavra de animo e carinho.Bem haja
Querida amiga "Matilde":
É um prazer ver o teu talento com a apresentação deste artigo. Muito obrigado por compartilhares as tuas experiências de voluntária.
Que Deus te continue a abençoar, assim como aos teus queridos.
Boa amiga "Matilde":
Muitos parabéns pelo teu blog. Muito bem apresentado e falando de assuntos que são de grande interesse. Desconhecia o teu talento de escritora. Mais fácil de ler do que as tuas cartas...
Continua!
A amiga de sempre, do Canadá.
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