“Os jardins são usados como metáfora para representar o nosso mundo interior, onde guardamos tudo o que temos de mais valioso. Se estes “jardins secretos” não se transformarem num abrigo permanente, que exclui a confiança e nos afasta dos outros, pode também ser um espaço de liberdade e de desenvolvimento individual”
Cláudia Freitas
Revista Xis do jornal PÚBLICO
Todos nós, quando fomos crianças, desejámos ter um espaço só nosso, onde nos refugiávamos quando fazíamos alguma diabrura ou quando queríamos estar mais à vontade nas nossas brincadeiras. Alguns anos depois, o nosso quarto foi o lugar escolhido para nos isolarmos. Fechados à chave, quando ela existia… líamos algum livro que tirávamos ás escondidas da estante da sala e cuja leitura nos era proibida por não ser apropriada à nossa idade. Ali também chorámos as nossas primeiras desilusões amorosas e , olhando-nos ao espelho, procurávamos descobrir o motivo porque tínhamos sido rejeitadas. Algumas de nós confiavam as suas alegrias e tristezas ao pequeno diário que guardávamos longe dos olhares indiscretos. Lembro-me muito bem que o canto esquerdo da varanda da nossa sala, que dava para as traseiras, era o meu refúgio quando alguma coisa me assustava. Como não tínhamos jardim ou sótão, o meu quarto era o meu espaço, onde me recolhia e passava muito do meu tempo livre.
Quando adultos, temos momentos em que precisamos também dum refúgio para fugirmos aos problemas da vida, às frustrações, ao stress, às informações televisivas que nos mostram como o nosso mundo vai mal e à rotina do nosso dia-a-dia. E procuramos a mesa do café, um passeio à beira-mar , o sofá da sala, para, nós mesmos, nos recolhermos nos nossos “jardins secretos”, onde a lembrança de pequenas coisas, que guardamos dentro de nós, nos permitam que uma parte de nós fique no passado e continuemos a sonhar, mas que ao mesmo tempo, não percamos a realidade e consigamos sair do nosso alheamento e ganhar forças para enfrentarmos os desafios da vida.
Cláudia Freitas
Revista Xis do jornal PÚBLICO
Todos nós, quando fomos crianças, desejámos ter um espaço só nosso, onde nos refugiávamos quando fazíamos alguma diabrura ou quando queríamos estar mais à vontade nas nossas brincadeiras. Alguns anos depois, o nosso quarto foi o lugar escolhido para nos isolarmos. Fechados à chave, quando ela existia… líamos algum livro que tirávamos ás escondidas da estante da sala e cuja leitura nos era proibida por não ser apropriada à nossa idade. Ali também chorámos as nossas primeiras desilusões amorosas e , olhando-nos ao espelho, procurávamos descobrir o motivo porque tínhamos sido rejeitadas. Algumas de nós confiavam as suas alegrias e tristezas ao pequeno diário que guardávamos longe dos olhares indiscretos. Lembro-me muito bem que o canto esquerdo da varanda da nossa sala, que dava para as traseiras, era o meu refúgio quando alguma coisa me assustava. Como não tínhamos jardim ou sótão, o meu quarto era o meu espaço, onde me recolhia e passava muito do meu tempo livre.
Quando adultos, temos momentos em que precisamos também dum refúgio para fugirmos aos problemas da vida, às frustrações, ao stress, às informações televisivas que nos mostram como o nosso mundo vai mal e à rotina do nosso dia-a-dia. E procuramos a mesa do café, um passeio à beira-mar , o sofá da sala, para, nós mesmos, nos recolhermos nos nossos “jardins secretos”, onde a lembrança de pequenas coisas, que guardamos dentro de nós, nos permitam que uma parte de nós fique no passado e continuemos a sonhar, mas que ao mesmo tempo, não percamos a realidade e consigamos sair do nosso alheamento e ganhar forças para enfrentarmos os desafios da vida.
1 comentário:
Bem vinda à blogosfera. Boas postagens.
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