segunda-feira, 21 de julho de 2008

VAMOS À PISCINA !

Sou frequentadora assídua nas sessões de hidroginástica na piscina do Ginásio Clube Figueirense. Somos um grupo constituído quase na sua totalidade por mulheres de diferentes idades. Nos últimos meses, os homens são só dois ou três.
A água da piscina, por questões de saúde, deve estar só a 30 graus. Imagine-se no Inverno!
Depois de arranjarmos forças para enfrentar a dura prova de entrar na piscina , a pouco e pouco , o corpo vai habituando-se à temperatura. Aqueles que chegam primeiro vão-se divertindo à medida que chegam os colegas. À pergunta sacramental :”Como é que está a água?” vem logo a resposta:”Hoje está muito fria !” Depois começa a descida cautelosa pelas escadas, até que, já dentro de água, todos arrepiados , com pele de galinha, surgem as exclamações:”Ai, a água está gelada ! Brrr…” Ouvem-se algumas vozes, mas muito poucas, daqueles que, já dentro da água, afirmam corajosamente “Está boa !” Algumas vezes, quando o professor chega, começam os comentários:” A água hoje está muito fria, é impossível que esteja a 30 graus !” E lá vai ele buscar o termómetro e , pacientemente (às vezes !) assegurar que “até está a 32 graus !” Pouco convencidos, começamos os exercícios e vamos ficando mais quentes.
A cena repete-se quando saímos da água. Agora, com o corpo quente, depois de 45 minutos de exercícios, vamos ter de enfrentar o frio dos balneários. Ouvem-se de novo os queixumes:”Que frio ! Isto cada vez está pior !” E lá corremos para os duches, desejosos de sentir a água quentinha a escorrer-nos pelo corpo. Depois partimos a caminho de casa, com uma agradável sensação no corpo resultante dos exercícios que ajudam a tonificar os músculos e a dar mais mobilidade aos ossos.
Esta piscina não tem as condições necessárias e que agora são exigidas. Que o digam aqueles que conhecem as piscinas das Alhadas e do Paião. As portas e as janelas dos balneários estão empenadas e deixam passar o frio, as escadas para a piscina rangem e dão de si. A estes problemas outros se juntam , mas para mim, e sei que para muitas outras pessoas, apesar de todas as deficiências que originam os nossos desabafos, ela é a “nossa piscina”. E depois afeiçoámo-nos ao professor Paulo Martins, que, sempre bem-humorado e com calma, vai conseguindo que todos se esforcem para fazer os exercícios, mesmo quando, em cima daquelas pequenas placas de esferovite azul, nos tentamos equilibrar, movimentando as pernas para a esquerda e para a direita, para trás e para a frente…
Está planeada a construção duma nova piscina e, provavelmente, com condições superiores às que agora são consideradas excelentes. Quando? Não sabemos . Pensando na crise que estamos a atravessar, de que todos se queixam, pressinto que ainda vamos ter de esperar algum tempo, mais do que aquele que é desejável e urgente. Quando esse dia chegar, estou certa que aqueles, que ao longo dos anos utilizaram este espaço para praticarem as modalidades ali possíveis e todos os que ainda vão continuar a usá-lo, irão recordar esta piscina com um certo saudosismo porque há lembranças do passado que vão sempre ficar na nossa memória.

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