Quando ainda era jovem já pensava que criar os filhos, educá-los, prepará-los para a vida, era uma tarefa bem difícil. Como filha única que fui, as preocupações dos meus pais estavam apenas centradas em mim, mas tinha vizinhos com 3 e 4 filhos e via as dificuldades que passavam para conseguir manter a ordem em casa.
Como todas as crianças, fiz birras, travessuras, maldades, mas logo me era chamada a atenção com o elevar da voz, umas boas palmadas ou chineladas, dadas pela minha mãe, mais nervosa e pronta a reagir às infracções. Ainda nova ela começou a sofrer de problemas reumáticos, de modo que o uso do chinelo aliviava-lhe as mãos doridas. Mas, se alguma coisa de mal me acontecia, a minha mãe entrava em verdadeiro estado de pânico ! O meu pai era um homem muito calmo, mas recordo-me muito bem de me ter dado uma vez com o cinto ! Lá vinha o ditado : “Quem dá o pão, dá a educação”.
Eu nunca guardei mágoa ou achei imerecidos os castigos que me foram aplicados. Eram assim os tempos e a punição física fazia parte do processo educativo no lar e na escola. Compreendi mais tarde que, em certos momentos, quando as pessoas estão mais fragilizadas por uma irritação mal contida, um estado de saúde mais debilitado e por muitas outras razões, pode perder-se a cabeça e as crianças, como seres mais fracos, sofrerem as consequências. Claro que isto é condenável, mas acontecia e ainda pode acontecer, não tenho dúvidas.
As experiências da vida, os conhecimentos que agora tenho dos estudos que têm sido feitos e das respectivas conclusões, levaram-me a considerar a educação das crianças com mais atenção. Mas posso dizer, contudo, que nem todas as teorias, agora muito divulgadas, me parecem satisfatórias. Teria muito coisa a dizer sobre isto. Concordo em absoluto que os castigos corporais não educam, mas só amedrontam e podem ser muito traumatizantes. Mas apesar de tanto se falar no assunto e das pessoas , duma maneira geral , saberem que as crianças devem ter um crescimento saudável, sem violências físicas, continuam a ouvir-se vozes que, de quando em quando, alertam para os maus tratos que crianças e jovens (e idosos !) recebem em algumas instituições, dentro de famílias com problemas sociais graves, e não só … Os pais devem estar bem informados dos métodos a adoptar na educação. Há normas que proíbem a punição física para combater a indisciplina e má educação. Há linhas telefónicas para uma criança pedir ajuda se sofrer agressões familiares. Há países que, se alguém ouvir gritos de crianças vindos da casa dum vizinho, devem logo alertar as autoridades competentes. O que se passa é que muitas vezes as criancinhas gritam porque estão com uma tremenda birra ou porque se recusam a obedecer. E lá estão os pais metidos em maus lençóis !
Duma coisa, porém, eu dou conta : Há muitas crianças na sociedade actual, que se tornam pequenos tiranos na família, porque tudo lhes é permitido. Realmente educar uma criança não é tarefa fácil ! Os pais têm de pensar muito bem antes de tomar uma atitude, serem pacientes, se tiverem meios financeiros recorrerem a um psicólogo infantil para serem orientados na educação dos filhos , de modo que eles cresçam felizes e não fiquem traumatizados. Mas cada especialista defende a sua teoria e cada criança merece uma atenção especial. Depois, os resultados nem sempre são satisfatórios, podem surgir insucessos na aplicação de determinados métodos que se pensavam ser os adequados. Os pais começam a sentir-se impotentes para gerir as situações que vão surgindo e passam a ser vistos como educadores pouco competentes, responsáveis por certos comportamentos dos filhos, que, para a sociedade, parecem ser menos normais… Tem havido, entre outras razões, há vários anos, uma vontade crescente e louvável de apelar para os direitos das crianças, mas elas também têm deveres e isso, talvez, tenha caído um pouco no esquecimento. Por outro lado, começou a haver receio de serem tomadas atitudes e usarem-se métodos que possam ser considerados “anti-pedagógicos”, um termo um pouco controverso. Passa-se assim para o outro extremo e gera-se a confusão. Que dor de cabeça !!!
Como todas as crianças, fiz birras, travessuras, maldades, mas logo me era chamada a atenção com o elevar da voz, umas boas palmadas ou chineladas, dadas pela minha mãe, mais nervosa e pronta a reagir às infracções. Ainda nova ela começou a sofrer de problemas reumáticos, de modo que o uso do chinelo aliviava-lhe as mãos doridas. Mas, se alguma coisa de mal me acontecia, a minha mãe entrava em verdadeiro estado de pânico ! O meu pai era um homem muito calmo, mas recordo-me muito bem de me ter dado uma vez com o cinto ! Lá vinha o ditado : “Quem dá o pão, dá a educação”.
Eu nunca guardei mágoa ou achei imerecidos os castigos que me foram aplicados. Eram assim os tempos e a punição física fazia parte do processo educativo no lar e na escola. Compreendi mais tarde que, em certos momentos, quando as pessoas estão mais fragilizadas por uma irritação mal contida, um estado de saúde mais debilitado e por muitas outras razões, pode perder-se a cabeça e as crianças, como seres mais fracos, sofrerem as consequências. Claro que isto é condenável, mas acontecia e ainda pode acontecer, não tenho dúvidas.
As experiências da vida, os conhecimentos que agora tenho dos estudos que têm sido feitos e das respectivas conclusões, levaram-me a considerar a educação das crianças com mais atenção. Mas posso dizer, contudo, que nem todas as teorias, agora muito divulgadas, me parecem satisfatórias. Teria muito coisa a dizer sobre isto. Concordo em absoluto que os castigos corporais não educam, mas só amedrontam e podem ser muito traumatizantes. Mas apesar de tanto se falar no assunto e das pessoas , duma maneira geral , saberem que as crianças devem ter um crescimento saudável, sem violências físicas, continuam a ouvir-se vozes que, de quando em quando, alertam para os maus tratos que crianças e jovens (e idosos !) recebem em algumas instituições, dentro de famílias com problemas sociais graves, e não só … Os pais devem estar bem informados dos métodos a adoptar na educação. Há normas que proíbem a punição física para combater a indisciplina e má educação. Há linhas telefónicas para uma criança pedir ajuda se sofrer agressões familiares. Há países que, se alguém ouvir gritos de crianças vindos da casa dum vizinho, devem logo alertar as autoridades competentes. O que se passa é que muitas vezes as criancinhas gritam porque estão com uma tremenda birra ou porque se recusam a obedecer. E lá estão os pais metidos em maus lençóis !
Duma coisa, porém, eu dou conta : Há muitas crianças na sociedade actual, que se tornam pequenos tiranos na família, porque tudo lhes é permitido. Realmente educar uma criança não é tarefa fácil ! Os pais têm de pensar muito bem antes de tomar uma atitude, serem pacientes, se tiverem meios financeiros recorrerem a um psicólogo infantil para serem orientados na educação dos filhos , de modo que eles cresçam felizes e não fiquem traumatizados. Mas cada especialista defende a sua teoria e cada criança merece uma atenção especial. Depois, os resultados nem sempre são satisfatórios, podem surgir insucessos na aplicação de determinados métodos que se pensavam ser os adequados. Os pais começam a sentir-se impotentes para gerir as situações que vão surgindo e passam a ser vistos como educadores pouco competentes, responsáveis por certos comportamentos dos filhos, que, para a sociedade, parecem ser menos normais… Tem havido, entre outras razões, há vários anos, uma vontade crescente e louvável de apelar para os direitos das crianças, mas elas também têm deveres e isso, talvez, tenha caído um pouco no esquecimento. Por outro lado, começou a haver receio de serem tomadas atitudes e usarem-se métodos que possam ser considerados “anti-pedagógicos”, um termo um pouco controverso. Passa-se assim para o outro extremo e gera-se a confusão. Que dor de cabeça !!!
1 comentário:
Numa época em que tanto se fala de "competências", "saberes", "formação profissional", etc., verificamos que para uma das mais importantes funções da Humanidade (educar os filhos) não há rigor na avaliação do desempenho de quem a exerce. No fundo, ser "pai biológico" não é nada, ser "pai educador" é a única questão que importa. Então como é possível que qualquer o possa ser? Uma amiga professora dizia-me: "A questão é que cerca de 80% dos pais são absolutamente incompetentes" !!!Grande problema, não é?
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